29 de dez. de 2011

Muito obrigado


Obrigado a você que estava lá, onde eu menos esperava e onde eu menos queria estar. E estando nesse lugar você me fez ter esperança novamente.

Obrigado a você que se preocupou em não me enganar por eu já ser "especial demais", mesmo que as circunstâncias lhe tivessem feito mentir.

Obrigado a você que quis me priorizar em sua vida, apesar de sempre ter tido outras prioridades e deixado bem claro para mim que, se eu quisesse ser assim, não poderia te cobrar isso.

Obrigado a você que me fez alguém preocupado, desfocado, sem sono e que chorava copiosamente antes de dormir. Sei que suas intenções eram boas e que você, de alguma forma, também se sentia assim.

Obrigado a você que quis se fazer presente, mas não podia porque não tinha tempo. Eu entendi que você tinha vidas a salvar, amigos falidos para consolar e bebês para criar. E me desculpe se, por acaso, eu duvidei do "super herói" que existe debaixo do seu uniforme.

Obrigado a você que me fez participar de sua vida através de 160 caracteres. Estes, nunca suficientes, eram sempre multiplicados. E os abraços, beijos e olhares, tão desejados, ficavam guardados em nossos bolsos, esperando a próxima vibração para poderem se manifestar.

Obrigado a você que não saiu da minha vida nem quando Deus quis. Nem quando você mesmo quis. Aliás, será que algum dia você realmente quis sair da minha vida? Ou melhor: será que algum dia você esteve nela?

Obrigado a você que me fez acreditar em contos de fada, em pessoas boazinhas e em amor verdadeiro. E acreditar, também, em promessas que não se pode - ou não se quer - cumprir. E em coelho da Páscoa, Papai Noel...

Obrigado por me fazer sentir-me tão vivo e, paradoxalmente, tão putrefato por dentro. Obrigado por me mostrar o meu lado mais sombrio e doentio e, paradoxalmente, ver algum tipo de beleza nele.

Obrigado por ter pego meu coração, à sua disposição em uma bela baixela de prata, e feito pedacinhos dele. Sem isso eu não teria descoberto o quanto é importante colar nossos cacos de forma rápida, antes que a cola seque e o coração se torne imperfeito demais.

Obrigado, obrigado, obrigado... Serei para sempre grato por você ter, um dia, aparecido por aqui. E mais grato ainda por ter me ajudado a descobrir meu amor próprio e tê-lo feito sumir, tão rapidamente quanto você veio.

Obrigado. Só que não.

28 de dez. de 2011

Mulherzinha

Cabelo, maquiagem e tudo ajeitado no meio das pernas... Sou espada, rapá!

Vou pra cozinha fazer algo gostoso pra nós. Ou só para você, tanto faz. O que importa é eu demonstrar que sou capaz de conquistar seu estômago. Sabe como é, né? Pertinho do coração... E é lá, no estômago, que o corpo sente aquele friozinho gostoso da espera, da saudade, da ansiedade antes de um encontro.

A gente se encontra, se olha, conversa, se beija... Você vai pro seu lado e eu vou pro meu, carregado pelo enxame de borboletas que toma conta do meu estômago. Me entorpeço num passado recente e que me dá o conforto e a leveza que eu preciso para sentir-me tal qual Julie Andrews nos alpes suíços.

E a gente se encontra de novo. Seus braços são meu ninho, meu porto seguro, a fuga que eu preciso para todo o mal do mundo lá fora. Me faz esquecer que o "lá fora existe", por favor...

Me cuido, me zelo, me preparo pra nós. Sigo rituais e superstições para dar tudo certo. Leio o horóscopo, fico sem comer, bebo pra ficar mais soltinho e conseguir te dar uma "versão revista e ampliada" de mim mesmo. Inclino a cabeça pro lado e finjo dissimulação pra você ter a situação sob controle.

Você ri, se aproxima e o looping eterno de sensações recomeça. Tato, olfato, paladar.

***

Meu lado feminino é foda. Sem mais.

27 de dez. de 2011

Noites felizes?

É de praxe eu fazer aquela retrospectiva gostosa not do ano que se acaba, mas deixarei isso para o primeiro post de 2012. Por enquanto eu falarei sobre esta última semana de 2011, praticamente um períneo entre o Natal e o rèveillon. Semana mágica em que todas as pendências resolvem ser resolvidas. Seria bom se a gente já não estivesse de saco cheio de um ano tão tumultuado, não é mesmo?

A primeira conclusão a que chego é que eu não gosto mesmo de Natal. Respeito as crenças, as tradições, adoro ver as decorações... e ponto. Sou da opinião de que Natal é bom para a criançada, que ganha toda sorte de presente e não tem que pagar as contas depois. Acho válido quem curte o tal "espírito natalino" e não posso me esquecer que, por diversas vezes, já me diverti nessa data com pessoas queridas.

No entanto, Natal para mim tem ar de tristeza. Trauma de infância? Acho que não. Meus Natais, quando criança, sempre foram muito fartos. Ganhava tudo o que queria e, no dia seguinte, já estava tudo destruído - eis as vantagens de ser o caçula e único homem em meio a sete mulheres. Era tudo lindo, colorido... Mas, com o tempo, as vacas foram ficando cada vez mais magras. E sem a fartura não havia nada a se compartilhar: não havia prazer em celebrar, não havia união. Só havia o vazio causado pelo caos consumista que a crise financeira deixou de alimentar. Triste.

Por isso eu prefiro o rèveillon. Por mais que exista o lance de recomeçar, planejar coisas novas e ter boas energias para o ano que se inicia, meu conceito de rèveillon vai além da festa. Lembro de ter, na virada do ano, a família reunida no rancho. Eram festas que duravam dias, antes e depois da passagem (esse povo não trabalhava?). Teve o ano da festa havaiana, com mulheres de canga de chita e homens de colar... E em toda festa a turma da gracinha fazia um jornalzinho com as pérolas do ano, achincalhando geral. Eu era doido pra participar desses jornais, mas era criança e não entendia um terço das piadas ali escritas. Talvez daí tenha nascido a minha vontade de ser jornalista (Daniela Albuquerque feelings)...

Hoje em dia eu não me programo para nenhuma das datas. Nunca dá certo, sempre rola um "Troféu Roubada" e eu me frustro MUITO com isso. Meu Natal desse ano foi assim: respondi aos SMSs de quem me enviou (com uma única exceção), atendi a quem me ligou (com uma única exceção) e dormi antes da meia noite; no dia 25, almoço e amigo oculto na casa dos meus pais. Calor, job atrasado e uma preguiça fora do comum me nocautearam. Durou um pouco mais do que eu gostaria, mas acabou.

E, por mais que eu fique ansioso para o rèveillon, ainda não sei o que farei e nem pretendo me programar. Já recebi provas mais que suficientes de que deixar as coisas acontecerem me faz mais feliz nesse sentido. A única certeza - e nem é tão certeza assim porque a preguiça me consome (ainda) - é que meus votos de Feliz 2012 saem ainda essa semana, como faço anualmente. Costumo criar um cartão virtual e enviar para quem foi realmente importante para mim no ano que está se encerrando. E, felizmente, a cada ano que passa o número de pessoas só aumenta! :D

Não sei se estou descrente com o mundo ou mal amado demais. Prefiro dizer que estou realista - como sempre fui. QQ6ACHÃO?

E gostaria de encerrar esse post "do nada pra lugar nenhum" com um vídeo ótimo sobre o espirito de porco natalino.


19 de dez. de 2011

Nostalgia, te dedico!


Se há uma coisa que a distância e, consequentemente, a saudade proporcionam em nós é a valorização das pequenas coisas. Uma ligação, um SMS, um simples "oi" no MSN têm um peso muito maior quando as pessoas foram bruscamente separadas por quilômetros. E nesse peso eu incluo, mais uma vez, a saudade e o sentimento nostálgico que ela proporciona.

Ah, a nostalgia... Dizem que "quem vive de passado é museu", mas é controverso dizer que não vivemos dele. Afinal de contas, nós somos aquilo que vivemos ontem e hoje e, assim, construimos o amanhã de forma a minimizar nossos erros. Por isso acredito que a nostalgia é válida e, muitas das vezes, necessária.

Necessária para, também, valorizarmos o vivido, o não vivido e o esperado. Necessária para aprendermos diariamente que nossas experiências, por mais dolorosas que tenham sido, um dia nos tirarão umas boas risadas. Enfim, a nostalgia é necessária quando precisamos, em meio a tantas "certezas superficiais", nos encontrar e firmar aquilo que queremos para nós.

No último sábado eu vivi momentos nostálgicos. Revi cenas que só eu vi há dez, 15 anos atrás e que, de repente, foram expostas lindamente para uma multidão. Presenciei atuações esperadas, ensaiadas com esmero e nunca colocadas em prática. Realizei, através de pessoas muito especiais, desejos não realizados.

Chorei, me emocionei, fiquei com um nó na garganta. Aplaudi de pé uma parte do meu passado que construiu - e ainda constrói - boa parte do que sou hoje. Eu estava ali, num palco que nunca concebi nos meus mais infames sonhos de adolescente. E ter vivido todas as pequenas coisas - boas ou ruins - valeu muito a pena.


Da série "o lado bom do tumulto do backstage"

Vai nessa, garota...

Não contem pra ninguém, mas a Bela é bem chegada num espelho...

...e a Fera também!

16 de dez. de 2011

Mãe e filha



Esta é uma história real, de uma mãe e uma filha. A mãe, desde pequena, sonhava em ser mãe. Planejava, arquitetava suas esperanças e, sempre que perguntavam se um dia se casaria, respondia rápido: "não sei, só sei que quero ser mãe!". Talvez parte disso tenha sido por não ter tido tanto amor de seus pais; talvez tenha sido pelo excesso de repressão sofrida na escola por ser o patinho feio da turma. A única certeza que ela tinha era de que precisava realizar seu maior sonho.

Mas, como sabemos, para ser mãe precisa-se de um pai. Nossa personagem então lançou mão de toda a maturidade (e calos) que a vida lhe proporcionou e resolveu encarar uma produção independente: ser mãe era seu único sonho e, talvez, ser mãe e também esposa não surtiria o mesmo efeito. Preferiu não arriscar - de praxe, já que havia entendido há bastante tempo que não servia para se arriscar. Toda vez que debandava para uma aventura acabava fazendo merda.

E a filha nasceu. Linda, loira, sorriso cativante. Da mãe só tinha os olhos: profundos, distantes, misteriosos. E o tempo realçou diariamente a personalidade forte que a filha tinha. Na escola era a líder de todos os grupinhos, todos a adoravam. Era despachada, bem resolvida, decidida. Ambiciosa, sedenta pela vida. Bem diferente da mãe, que era da filosofia "viva um dia de cada vez". Isso, obviamente, gerou incontáveis conflitos em casa. Todos porque a filha, do alto da sua experiência de uma pré-adolescente, não aceitava a forma certinha e careta que a mãe lhe impunha. Queria viver "tudo ao mesmo tempo agora", não importava o preço que isso lhe custasse.

A mãe tentava tolhir os impulsos da filha, mas eram em vão. Não pela filha ser mais forte, mas sim pela mãe não ser forte o bastante. Tinha medo de dizer não e perder o amor da filha. E deixava a filha fazer o que bem entendesse, operando como um porto seguro quando a filha arrumasse confusões. E isso sempre acontecia. Talvez por não dizer "não" à filha, tais situações se tornavam mais e mais recorrentes. No quesito "garotos", então, a situação era ainda pior: a filha gostava de dois, três, quatro ao mesmo tempo e queria todos. Se envolvia, criava expectativas... Não, não era promíscua: era apenas intensa e queria viver "tudo ao mesmo tempo agora".

Os caras, obviamente, se assustavam. E ela não entendia o que tinha feito de errado. Apenas chorava baixinho, no canto da cama, antes de dormir. E a mãe chegava perto para velar o sono, bem de mansinho. Não dizia nada - não adiantaria. Apenas ficava ali, deitada ao lado da filha fazendo cafuné enquanto esta se entregava ao cansaço. E a filha acordava no dia seguinte linda, loira, fazendo chapinha e pronta para outra. Um dia a mãe resolveu conversar com a filha e lhe pediu mais prudência. A filha riu na cara dela, dizendo que ser prudente era o mesmo que ser infeliz. Infeliz como a mãe, no fundo, era. A mãe calou-se e saiu.

Um belo dia, sem aviso nenhum, a filha conheceu um rapaz diferente dos outros. Inteligente, espirituoso, sincero... Do tipo "moço pra casar". A filha desconfiou e, pela primeira vez, perguntou à mãe o que ela achava. A mãe, muito sábia, disse: "deixe que as coisas aconteçam, talvez com menos ansiedade você consiga achar o equilíbrio e se dar bem com esse rapaz". E a filha acatou o conselho - à sua maneira, obviamente: enquanto todos os sinais de interesse de ambas as partes estavam ali, escondidos numa "amizade desinteressada", ela arriscava outras possibilidades ("tudo ao mesmo tempo agora", lembram?). Preciso dizer que ela se ferrava? Sim, se ferrava. E o rapaz sincero, enquanto os outros fugiam dessa menina atrapalhada, ficava.

Então a mãe, vendo aquilo tudo, procurou ajuda: Freud, homeopatia, horóscopo... Resolveu, finalmente, intervir: colocou a filha de castigo, trancada em casa por tempo indeterminado e com direito a sair apenas para ir à escola. Sem telefone, sem internet, sem contato com quem quer que pudesse iludí-la. A filha chorou, esperneou, quebrou metade da casa e trancafiou-se no quarto aos berros copiosos. A mãe ficou assustada. Por diversas vezes quis ir até lá e tirar a filha do castigo, mas lembrava-se do rapaz sincero e do quanto a filha poderia ser feliz com ele. Ela só precisava ser menos impulsiva e parar de depositar a garantia de sua felicidade em quem quer que fosse.

A mãe, enfim, entendeu que ser mãe é mais difícil do que ela supunha. E que ela devia, antes de acalentar um sonho, assimilar as consequências dele caso fosse realizado. E enquanto a filha gritava trancada no quarto, a mãe somatizava toda a sua culpa numa gastrite incurável: quanto mais a filha gritava, mais o estômago doía. E o rapaz procurava a filha, mas a mãe sempre dizia que ela não podia atender. Ele se preocupava, perguntava se estava tudo bem e a mãe o acalmava. Ele ia embora e a mãe, assim, adquiria mais um dilema para si: até quando esse rapaz vai esperar minha filha criar juízo?

Como disse no início, essa é uma história real de uma mãe e uma filha. E de um mundo povoado por incertezas. Mas, como diria Milan Kundera, "a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios". Vamos torcer para que a atuação de nossas personagens, portanto, não seja fruto somente do medo de repetir os erros do passado, mas sim da esperança de se construir uma nova história para si.

15 de dez. de 2011

Como realizar a comunicação na era do déficit de atenção?


Estamos na era da informação. Muita, disparada como raios em todas as direções. Nunca foi tão fácil se ter acesso a tudo e a todos. Porém, confunde-se muito a informação com a comunicação, no sentido literal da palavra. Nem tudo o que se vê é absorvido, muitas vezes em função da grande demanda de informação. E, nesse contexto de superficialidade, um caso curioso a ser analisado é a forma com que os portadores do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) atua nele.

O TDAH é uma disfunção neurológica no córtex pré-frontal, parte do cérebro responsável pela concentração, memorização e organização. Quando um portador de TDAH tenta se concentrar, a atividade do córtex pré-frontal diminui ao invés de aumentar, o que os tornam pessoas distraídas, desatentas, hiperativas e com dificuldades em controlar impulsos. É uma patologia reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e é considerado o transtorno mais comum em crianças e adolescentes, ocorrendo em 3% a 5% das crianças e é mais recorrente em mulheres. Em mais da metade dos casos o transtorno persiste na vida adulta, ainda que com sintomas amenos.

O portador de TDAH não funciona sob pressão. O trabalho, ao invés de ser otimizado, perde a eficiência - mesmo que haja o esforço consciente de melhoria. Tal resultado gera, por parte de quem estimula o portador de TDAH, a suposição de que o desempenho está piorando e, consequentemente, a suspeita de má conduta proposital, o que gera mais pressão. Quem tem TDAH tem dificuldades em manter a atenção durante longos períodos. Tendem à dispersão e se desligam com frequência daquilo que estavam fazendo, imergindo-se em pensamentos completamente aleatórios e diferentes do contexto. Em geral, o portador de TDAH é uma pessoa que pauta suas atitudes pela impulsividade e instantaneidade inconscientes, cansam-se rapidamente de situações repetitivas e, por isso, nem sempre concluem aquilo que começam.

Diante de tantas características negativas, fica difícil imaginar que há formas de se comunicar com este público. No entanto, estudos mostram que os portadores de TDAH conseguem se concentrar em coisas que os estimulem de forma instantânea: beleza estética, novidades, temas interessantes e que os instiguem. São estímulos intrínsecos, suficientes para que o córtex pré-frontal seja ativado e tais pessoas mantenham o foco. O maior estímulo que um portador de TDAH pode receber é não ser estimulado de forma negativa: em toda situação de conflito, quanto mais tumultuada for a atitude, menos intensa deve ser a reação do outro.

Tais características, bem como as formas de lidar com o portador de TDAH, são bem similares às da chamada “geração Y”. Público nascido entre 1978 e 1990, esta geração tem como prioridade a busca pelo sentido da vida de forma rápida, ao mesmo tempo em que se preocupa com outras questões tão importantes quanto. A geração Y, diferentemente das gerações anteriores, nasceu inserida num contexto altamente tecnológico. Ela não precisou aprender a dominar a tecnologia, mas já nasceu habituada a conviver em um mundo onde as distâncias são relativas, as ambições são mutáveis e tudo, absolutamente tudo, deve priorizar a autorrealização.

Assim, a geração Y tende a ser individualista de forma positiva. Questionam valores éticos, engajam-se em questões socioambientais e, quando contrariados, não se calam. Isso os leva ao fácil desinteresse pela rotina e a busca constante do novo. Profissionalmente falando, a geração Y também se mantém mutável e trata colegas e superiores numa relação horizontal. Buscam o aprendizado como uma via de mão dupla, o que nem sempre é possível em determinados contextos. Enfim, guardadas as devidas proporções, a geração Y possui traços comportamentais similares aos dos portadores de TDAH.

Entende-se, portanto, que em ambos os casos o interesse é movido pelo novo. E, como se sabe, inovar é a palavra de lei em todos os segmentos. Com a comunicação não é diferente: é necessário criar atração através da inovação, de forma criativa e instigante. Seja o receptor alguém com dificuldades patológicas de concentração ou um mero representante de uma geração, a comunicação deve ter, antes de tudo, razão de existir e mostrar que não é um único ponto de vista. Deve ser flexível, mutável e agregadora de valores e conteúdo, atiçar no receptor a vontade de saber mais e ir além. E, dessa forma, a comunicação quebra preconceitos, deixa de lado a efemeridade da informação e trata ambos os públicos como peças essenciais para a efetivação de seus processos.

Referências:

***

Artigo desenvolvido como conteúdo avaliatório da disciplina "Teorias da Comunicação nas Organizações", ministrado pelo professor Bernardo Rodrigues no curso MBA - Latu Sensu em Gestão da Comunicação Integrada. Faculdade Pitágoras, Divinópolis, 2010.

13 de dez. de 2011

Que se f**a!


Para entender este post, assista primeiro ao vídeo abaixo. Demora um pouco, mas vale muito a pena.


Assistiu? Beleza.

Não dá pra assistir esse vídeo e não se encantar com os valores embutidos nele: a descoberta de si, do outro, do todo... Só que eu quero entrar mais em detalhes sobre um aspecto peculiar do curta: o desprendimento.

Léo é um adolescente que procura ter uma vida normal: vai à escola, apesar de um pequeno detalhe: ele é cego. Um dia, aparece Gabriel, um novo aluno que, através do simples ato de subir a rua para ir embora pra casa, começa uma amizade com Léo e sua melhor amiga, Giovana. Léo começa a descobrir que há entre ele e Gabriel algo a mais e, de forma surpreendente, descobre que seus sentimentos são correspondidos.

O mais interessante nisso tudo é a forma com que Léo lida com isso: ele diz à amiga Gi que acha que está apaixonado por Gabriel. Ela, tomada de surpresa, pergunta: "tipo namorado gay?" e Léo simplesmente responde: "é, acho que sim". Ele lida de forma simples com algo tão difícil de ser aceitado por quem quer que seja - e nisso eu incluo nós mesmo.

Aí você pode dizer que isso é só um vídeo e que a realidade é outra. Concordo em partes. Infelizmente a sociedade impõe que tenhamos um lado, que saiamos de cima do muro, levantemos bandeiras e coloquemos rótulos em nossas testas. E nos faz cobrar isso de nós mesmos. Mas Léo, mais do que ninguém, sabe o que é ser julgado diariamente. E, metaforicamente ou não, não enxerga nada disso - ou simplesmente não quer enxergar. Ou seja: dizer que é gay vira café pequeno.

Sim, é difícil se comportar dessa forma. Mas será que é tanto assim? O que falta em nós é, antes de tudo, um exercício de autoavaliação: se somos assim ou assado é problema nosso e o que os outros pensam ao nosso respeito é problema deles. E lembre-se: gente que cuida da sua vida merece ganhar um gato, que tem sete vidas exclusivas para se cuidar. ;)

(originalmente escrito em 03/11/2011)

Tela em branco

De volta, enfim!

Por muito tempo eu namorei a ideia de voltar a escrever como forma de assimilar as situações do meu cotidiano, mas aquela "vozinha interior" que todo mundo tem me mandava esperar. E eu esperei, esperei, esperei... Até chegar ao ponto de entender que tudo o que eu precisava, na verdade, era aprender a escrever de forma mais solta. Aquele velho lance de rir de se mesmo e não se levar a sério demais, sabem como?

E cá estou. Muita coisa (eu disse MUITA) aconteceu nesses anos de hiatus. E hoje dá pra perceber - e os mais chegados poderão confirmar isso - que esse período de "abstinência bloguística" foi fundamental para que eu crescesse. Obviamente, ainda tenho muito (eu disse MUITO) para crescer, mas acho que o fato de eu ter consciência disso me prepara para todas as novas experiências que eu aguardo ansiosamente para ter.

Sejam bem-vindos ao Cartela Pantonho! ;)