6 de jan. de 2012

Backup da alma

O que devo guardar nessa pasta?

Ontem eu comecei a organizar todos os meus trocentos CDs de backup. A ideia é reorganizar nomes de arquivos/pastas, catalogar tudo e, logicamente, deletar muita informação que está guardada sem necessidade. Economizo espaço, tempo na hora de procurar alguma coisa e saúde. Sim, saúde. O fato de selecionar aquilo que já não faz mais parte de nossas vidas é uma forma de autopreservação. Funciona mais ou menos como uma pedrinha no sapato: ela entra, incomoda, deixa claro que está ali para isso. E enquanto você não a retira do pé ele vai só causando estragos.

Há muito arquivo repetido, que insiste em não ser deletado. Muita música (muita mesmo!), muitas fotos... O bacana dos backups é que eles nos levam ao passado de um jeito meio dinâmico, prático. Seria muito bom, inclusive, se a nossa cabeça também funcionasse assim, né? Mas não funciona. Não dá pra deletar o que é ruim, não dá pra substituir um momento ruim por um momento bom, não dá pra voltar atrás. Fica tudo lá, guardado no nosso disco rígido.

Acho que a grande vantagem de se armazenar tanta coisa é que, com isso, a gente aprende. São nossas referências do que é bom e do que é ruim. Ficar cara a cara com o passado não pode ser martírio: é importante entender que, para vislumbrar o futuro, precisa-se olhar para trás e tentar não cometer os mesmos erros. E entender também que é no passado que nossa essência mora. É no passado que habita nosso eu primário, alguém que a gente nunca deixa de ser.

Foi bom ter iniciado este backup. Me reencontrei mais uma vez. E revisitei momentos, amigos, pessoas queridas e de um Antônio que existe, mas que não volta mais. Alguns desses amigos já nem fazem mais parte do que sou hoje, mas terão para sempre a sua pastinha salva. Ficarão lá e, quem sabe, um dia serão novamente acessados. Ou não. E talvez seja melhor assim.

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